quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bicho de Pé

O verão está ai e, junto com ele, as férias, idas ao campo e à praia.

Lá vamos nós, urbanos, enfrentar de peito aberto toda a natureza e com muita pressa para aproveitar tudo.

Vários são os perigos que nos rondam, entre eles o famoso "bicho-de-pé".

Na verdade, o "bicho de pé", é uma pulga fêmea (tunga penetrans), grávida, muito pequena (aproximadamente um milímetro de comprimento), cerca da metade do tamanho das pulgas comuns. É hematófaga (alimenta-se de sangue) e o macho somente chega no hospedeiro para se alimentar.


Foto da Femea da pulga

A fêmea, entretanto, após ser fecundada, penetra na pele deixando de fora só a região anal e o estigma respiratório. Aquele nódulo com ponto preto central, do tamanho de uma ervilha, é o abdômen dilatado, pois a pulga, alimentando-se do sangue do hospedeiro, permite o desenvolvimento de ovos.


Desenho da Femea com o saco de ovos

As partes do corpo mais atacadas são os dedos dos pés, principalmente junto às unhas. Mas, nada impede que as crianças acostumadas a brincar em ambientes externos possam apresentar contaminação nas mãos ou em outras partes do corpo.


Pé acometido pelo bicho de pé

O tratamento clássico é a remoção da pulga com uma agulha esterilizada. Também podem utilizados o eletrocautério ou pomadas saliciladas (tipo calicida). No caso de grandes infestações, um médico deve ser consultado.

Além do incômodo prurido, o bicho-de-pé favorece a contaminação por outros agentes, podendo causar infecções e até mesmo tétano. Portanto, quem apresentar bicho-de-pé e estiver sem a cobertura da vacina para o tétano deve providenciá-la imediatamente.

A prevenção é fundamental! Não se deve andar descalço em locais de solos secos e arenosos, principalmente se houver animais bovinos e suínos.



Fonte: Dr. Sergio Celia - Serviço de Dermatologia - Hospital São Lucas da PUCRS
Retirado do Site do Hospital São Lucas da PUCRS

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Entendendo a receita do seu médico

Vamos conversar a respeito da prescrição médica. A receita, como é também conhecida, faz parte da consulta. Após ouvir a história relatada, examinar e definir o diágnóstico, o médico fornece a receita ao paciente com o objetivo de curar ou melhorar o estado geral do mesmo. Sendo assim, a venda e o fornecimento indiscriminado das receitas, sem ter avaliado o paciente não é permitido, configurando em má pratica médica, passível de punição.
Na hora de fazer a receita, o médico deve ter em mente as suas duas funções principais que são informar ao farmaceutico e ao paciente sobre o tratamento proposto. Alem disso, a receita é também um documento legal, com fé publica, que sujeitam tanto o médico como o farmaceutico as leis vigentes. Desta forma existem algumas regras a serem seguidas como por exemplo a escrita clara e legível, evitar o uso de abreviaturas e prescrever apenas o nome do composto ativo (genérico) do medicamento.

Os componentes da receita são os seguintes:


MODELO DE RECEITA
________________________________________________________

Gaston H. Garcia, M.D. CRM: 28.043
Gastroclínica 1.
Rua: Fermino Paim, n 260 - Centro - Torres - RS. Fone: 3664-2400


Nome: José da Silva
Endereço: Estrada Geral, sem número 2.


Uso Interno: 3.


4.
#Paracetamol 750mg -----------------------------------------4o comprimidos. 5.

Tomar 01 comprimido via oral de 06/06 horas se dor ou febre por 10 dias.

6.



Data: 01/01/2009
Assinatura e carimbo




Vamos aos componentes então:

1. Cabeçalho: o nome, endereço, telefone, instituição e número do cadastro profissional. Isto geralmente já vem impresso no receituário.

2. Superinscrição: O nome e o endereço do paciente que receberá o medicamento.

3. Forma de utilizaçao deste fármaco:
  • Interno: Quando o remédio será ingerido ou injetado
  • Externo: Quando será aplicado em alguma parte do corpo.

Ainda, podemos ter outras inscrições nesta parte:

  • Uso Oto: Abreviatura de otológico, para aplicar no ouvido (Gotas)
  • Uso Oft: Oftálmico para aplicar nos olhos (Colírios)
  • Uso Oral: Tomar pela boca (Comprimidos)
  • Uso Top: Tópico, para aplicar na pele (Pomadas)
  • Uso Retal: Para aplica no reto (Supositórios)

4. Inscrição: O nome do fármaco, a forma terapeutica (comprimidos, gotas, xarope), e a sua concentração ou dose (miligramas, gramas ou mililitros)

5. Subinscrição: a quantidade a ser fornecida.

6. Transcrição: As orientações dadas ao paciente referente ao número de comprimidos ou gotas a serem tomadas, por exemplo, o intervalo de tempo entre cada dose, a via de administração (oral, retal, Intramuscular) e a duração do tratamento.

Demais componentes são: A data, assinatura e o carimbo.

Sendo assim, ao receber a receita do médico, uma boa dica é ler novamente a prescrição e verificar se tudo esta bem claro para você antes de sair do consultório. Grande parte das pessoas saem da consulta convencidas de terem todas as informações necessárias para o tratamento de sua doença perfeitamente memorizadas. Entretanto, e ao chegar em casa, acabam descobrindo que esqueceram ou não lembram bem das orientações dadas, ou ainda, de como devem tomar as medicações. Neste momento crítico é que entra em cena a receita, servindo para relembrar as orientações dadas e orientar o uso do remédio. Se você não entender o que seu médico escreveu na receita, já é meio caminho andado para o fracasso na sua cura. Não tenha vergonha de perguntar as dúvidas e pedir ao seu médico para caprichar na letra, afinal é interesse dos dois a sua cura.

"A prescrição de medicamentos talvez seja a melhor medida direta disponível para avaliar a qualidade do trabalho médico em atenção primária." (A. Meville)

Abraços.

fonte: Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências / Bruce B. Duncan, Maria Inês Schmidt, Elsa R.J. Giugliani ...[et al.] - 3.ed. - Porto Alegre: Artmed, 2004